Você já deve ter se questionado porque o processo de divórcio é tão difícil, porque tudo pode ser demorado, porque a outra parte não colabora.
Inicialmente, é importante esclarecer que o casal decide se juntar e formar um projeto matrimonial, compartilhando uma vida em comum a dois.
Quando os filhos acontecem, o casal inaugura um novo projeto, estando na diagonal, onde eles e os filhos formam o projeto parental.
Todavia, nem sempre é para sempre. Assim, inicia-se a finalização do projeto matrimonial, no entanto, o projeto parental é, de fato, até o fim.
Neste caso, poucas pessoas compreendem a singularidade do outro, que existem fases deste processo de separação e que, não necessariamente, o casal vive a mesma.
Imagine que, para você ou ele chegar à decisão passou por alguma dessas fases e, quando compartilhar a decisão, o outro passará.
Segundo observa-se, existem seis fases dentro do processo de divórcio. São elas:
01 – Divórcio emocional;
02 – Divórcio legal;
03 – Divórcio econômico;
04 – Divórcio parental;
05 – Divórcio social;
06 – Divórcio psicológico;
É importante esclarecer que nem sempre essa ordem será seguida, porém, na maioria dos casos, em diferentes fases, o ex casal se encontra.
A primeira fase é o divórcio emocional, ou seja, o fim do projeto matrimonial, o amor não existe mais.
Nesta fase, o casal descobre que não existe mais uma vontade de prosseguir com a vida em comum.
Todavia, é importante esclarecer que essa fase não coloca o fim do relacionamento, porém, é uma decisão definitiva.
Frise-se que ofim do projeto de vida em comum não põe fim a entidade familiar.
A segunda fase do divórcio consiste no processo legal, na reunião da documentação necessária e com a contratação de um profissional especializado.
É importante esclarecer que existe a possibilidade de requerer o divórcio em cartório, ou no próprio poder judiciário, que se chama litigioso.
O divórcio legal é o responsável por colocar fim ao casamento, pois, haverá a sentença ou a escritura pública, tudo na forma solene.
A fase trás a possibilidade de formalizar a partilha de bens, a regulamentação definitiva da guarda e a pensão alimentícia.
A terceira fase é o divórcio econômico, tendo em vista que as partes conviviam em família, inclusive, financeiramente.
O ex casal começará a compreender que as receitas foram dividas e as despesas aumentaram.
Além disso, existe a partilha de bens, a depender do regime, como a maioria aqui Brasil não escolhe, casa sob o regime de comunhão parcial de bens.
Ressalta-se que a união estável que não for reconhecida também está sob as regras do regime de comunhão parcial de bens.
Assim, todo o patrimônio que o casal adquiriu durante o casamento é partilhado para os dois, por isso, a situação econômica de cada um sofre alteração.
Observando todo o contexto, a pergunta -Porque o processo de divórcio é tão difícil? – pode ter início neste momento.
Apesar de saber que, por exemplo, o casamento ou a união estável está sob a égide da comunhão parcial e tudo é partilhado pela metade.
As partes, na maioria das vezes, sentem-se injustiçadas e passam a discutir sobre a partilha de bens, como se existisse vencedor ou perdedor.
A quarta fase do divórcio é a parental, no entanto, essa fase não é aplicada em todos os casos, apenas ao ex casal que possui filhos, inclusive, pets.
Após a criação do projeto matrimonial, com a chegada dos filhos, cria-se o projeto parental, logo, se faz necessário adequar-se à realidade das crianças.
Assim, a regulamentação da guarda, o convívio com ambos os pais, a pensão alimentícia, o emocional e o psicológico das crianças deverão ser observados.
É claro que as o termino de um relacionamento para as crianças está muito além das consequências jurídicas, porém, é importante observar que elas precisam de um ambiente saudável.
A penúltima fase do divórcio é a mais delicada, principalmente, para as mulheres, afinal, qual a imagem que uma mulher divorciada?
Infelizmente, ainda existem situações em que a própria família tem preconceitos contra a mulher divorciada.
É difícil reconstruir a vida, conhecer novos companheiros, principalmente, quando se tem filhos.
Porém, atualmente, as próprias mulheres estão mudando esse pensamento, o que é fundamental para compreender que a vida segue.
Além disso, as partes começam a interagir com a sociedade, a adaptar-se as mudanças, a voltar a vida de “solteira”, apesar de ser divorciada.
Por fim, a fase que, talvez, finalize, de fato, o relacionamento. Ponha fim ao ciclo, a fase da aceitação – o DIVÓRCIO PSICOLÓGICO.
A pessoa estará preparada para aceitar o fim, a partir de então, estar efetivamente livre para seguir em frente, não só perante a sociedade.
Nessa fase, o casal passará o primeiro aniversário das crianças ou seu próprio aniversário, natal, ano novo, férias e outras datas comemorativas sem a família.
Assim, todas as ocasiões que lembram a família serão refeitas, mas, tudo passa.
Por fim, segundo Marrit Malloy:
“Relacionamentos que não terminam pacificamente, simplesmente não terminam”.
Porque o processo do divórcio é tão difícil? Porque, talvez, o processo esteja sendo utilizado para manter o vínculo. Lembre-se: Você não está destruindo uma família, está construindo outra.
Se ainda restam dúvidas relacionadas ao assunto ou a outros temas do direito de família, entre em contato conosco pelas redes sociais.
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